29 de novembro de 2012

Há um ano atrás

Há um ano atrás coloquei esta imagem no blog, tinha descoberto que tínhamos um problema de infertilidade.
Andávamos a tentar engravidar há imenso tempo.
Primeiro ano nada, mas pensámos que seria normal, depois surgiu uma oportunidade de eu mudar de emprego e estive cerca de 6 meses em suspenso para fazer esta transição , mas não queria engravidar entretanto portanto deixámos de tentar, depois a proposta realmente apareceu e eu mudei de emprego portanto continuámos em suspenso sem tentar, após 8 meses não estava nada satisfeita com o emprego em questão e pensei em recomeçar os treinos.
Nada! Era um desespero todos os meses, os dias que antecediam o período eram uma angústia e depois uma desilusão.
Em abril de 2011 estávamos de férias fora de Portugal e achei que estava grávida, quando regressámos fomos para o Alentejo e tive um atraso de 5 dias, lembro-me de não dormir numa das noites, a pensar que estava mesmo grávida.
Era domingo, quando chegámos a Lisboa, pedi ao R. para passar na farmácia, inventei uma desculpa de que precisava de uns comprimidos e assim foi, fui comprar um teste de gravidez, cheguei a casa e fiz...mas ia fazer só para confirmar porque eu achava mesmo que estava gravida.
O teste deu negativo e eu pensei que se calhar estaria de pouco tempo e o teste não acusava a hormona.
Na segunda feira fui à casa de banho de 10 em 10 minutos e nada, até que de repente ... Tchantchan! Em vez de pensar que era o período , pensei que estava a ter um aborto espontâneo ( tal não era a crença de que estava gravida) liguei para a minha medica e disse-lhe o que se tinha passado, disse-me para aguardar e repetir o teste, mas não foi preciso...
Decidimos colocar uma data , Agosto, como o limite para tentarmos engravidar, a partir da qual marcaríamos uma consulta com a minha medica para nos passar os exames necessários.
Nunca pensamos que nos pode acontecer, estávamos crentes que as coisas se resolveriam por si.
Chegou Agosto, Setembro, Outubro ( os nossos amigos P. e J. casaram e eu sempre pensei que já iria grávida ao casamento deles) e Novembro.
Em Novembro fomos à médica, que nos disse logo que se não tínhamos engravidado até agora, poderia ser que tivéssemos algum problema.
A infertilidade é diagnosticada a um casal que tem relações sexuais sem protecção e ao final de dois anos não consegue engravidar.
Os nossos dois anos já tinham passado, mas tentávamos acreditar que  tínhamos feito pausas, que andávamos a trabalhar muito, que andávamos tão compenetrados em querer engravidar que isso nos estava a bloquear.
Nos jantares de família a famosa questão dos filhos deixava-nos sem palavras, mais do que isso despedaçava-nos por dentro.
Em Julho recebemos a noticia de que a minha prima C. estava grávida, também ela estava a tentar
engravidar do segundo filho há cerca de um ano e ainda não tinha conseguido.
Estava no atelier quando soube a noticia e por mais contente que tenha ficado, assim que desliguei o telefone chorei, toda a gente conseguia menos nós.
A minha médica segue-me desde os meus 15 anos, por coincidência é especialista em infertilidade, passou-nos exames muito iniciais, para mim análises ao sangue, ecografia, para o R. análises ao sangue e espermograma num laboratório especifico ( disse-nos logo que em muitos laboratórios as contagens sao mal feitas e que as pessoas continuam enganadas depois de fazer o exame , disse que só tinha confiança naquele laboratório) .
Disse-me também que ia começar por despistar a infertilidade masculina, que é mais fácil de detectar, através de um espermograma, que é um exame fácil de realizar, contrariamente à infertilidade feminina que requer exames mais invasivos e dolorosos.
Assim foi, fizemos os exames no mesmo laboratório, entregámos tudo às 8h da manha e o resultado estava pronto ao final da tarde.
Estava numa reunião de obra em Santarém, quando me ligaram a dizer que os resultados estavam prontos, eram 15h e qualquer coisa e pensei, vou-me já embora, vou buscar os exames e vou levá-los à Dra.
A viagem foi feita em lágrimas, mas com esperança de que tudo estivesse bem.
Liguei ao R. para lhe perguntar se ele se importava de que eu abrisse os exames sem ele e os levasse para serem analisados, ao que ele respondeu que não.
Entrei no consultório e pedi à recepcionista para entregar os resultados a Dra. e que aguardava que ela me dissesse alguma coisa.
O consultório estava cheio, quando a recepcionista regressou começou a falar com algumas pacientes que lá estavam e deixou-me para o fim, depois disse, a Dra disse para ir ter com ela à maternidade, para uma consulta de infertilidade, os resultados do seu marido não estão muito bons, disse.
Não sei o que senti, sei que não consegui conter as lágrimas e fui-me embora sem conseguir ouvir a conversa até ao fim, pedi desculpa mas disse que tinha que ir embora.
Quando saí,  desabei... liguei à minha mãe que percebeu logo o que se tinha passado.
Depois liguei ao R. mas não consegui contar por telefone, contei-lhe depois ao final do dia.
A questão da infertilidade pode dividir um casal, para nós não foi fácil ao principio, mas depois conseguimos com alguma calma ultrapassar cada uma das fases.
A partir daqui a história está relatada no blog.
Na altura enquanto não tínhamos dito às pessoas que nos são próximas, tornei o blog privado e só mais tarde decidi voltar a colocá-lo público.
De Novembro até à primeira consulta na MAC passámos uns tempos complicados.
Eu li tudo o que havia sobre infertilidade, tratamentos, taxas de sucesso e preços.
Fiquei obcecada com o tema, chorava muito, não foi nada fácil.
Hoje, um ano depois deste post, sou mãe.
Tenho consciência da sorte que tivemos, que fomos abençoados por este pequeno milagre e que a vida se encarregou de nos trazer o nosso M.
Mas sei que nem sempre é assim e as pessoas que lutam e lutam e lutam para poderem ter um filho são muitas ( à minha volta são imensas as que recorreram, recorrem e vão recorrer à procriação medicamente assistida) para todas elas um beijinho de muita força e que tenham muita coragem para ultrapassar este obstáculo tão difícil e doloroso, porque quando conseguirem, tudo vai valer a pena.
T


15 dias de baby M

Faz hoje 15 dias que o nosso mundo mudou, faz hoje 15 dias que nos tornamos pais.
Continuamos todos bem nesta viagem maravilhosa.
T

28 de novembro de 2012

Amamentação

Desde que soube que estava grávida que sempre tive intenção de amamentar o M.
Informei-me ao máximo, frequentei workshops, o curso de preparação para o parto incidia muito sobre esta parte, li muito.
Apesar de me ter esforçado por estar informada, não me sentia nada preparada.
Sabia que ia ser uma fase difícil, porque estamos em recuperação, porque as hormonas estão malucas, porque é doloroso.
O M. mamou logo na 1ª hora de vida, a enfermeira ajudou e ele fez logo uma boa pega.
No hospital mamava de 2 em 2h, mas parecia-me que ele não comia nada, em relação às dores que eu sentia, ainda eram suportáveis.
Quando tive alta, a obstetra alertou-me para as maminhas, disse-me que a subida do leite poderia acontecer entre o 3º e o 5 º dia após o parto, para eu estar preparada para quando sentisse o peito muito quente e rijo.
A minha subida de leite aconteceu ao 4º dia.
Não foi fácil... duches de água quente, toalhas quentes, bomba, massagens, cremes vários e um grande milagre Syntocinon, que é um spray que se aplica no nariz 5 minutos antes da amamentação, à base de ocitocina e que faz o leite fluir mais facilmente.
Tenho na cabeça uma imagem minha às 4h da manhã, a chorar, a pensar que não sabia o que fazer, que o M. não pegava na maminha (porque como é óbvio, estava demasiado rija para ele conseguir pegar) eu a precisar de retirar o leite, para não fazer mastites e coisas que tal, e simplesmente não saber o que fazer ou como o fazer.
Foi a 1ª vez que usei a bomba e apesar de ser doloroso, as coisas melhoraram.
A verdade é que esse dia passou e o outro e o outro.
Sabia que tinha de aguentar com isto uma a duas semanas, mas que depois disto a amamentação iria estabilizar.
Não recorri aos bicos de silicone, tentei aguentar ao máximo para evitar as cólicas.
Hoje o M. tem uma maminha preferida, uma que ele adora mais que a outra, mas as coisas compuseram-se e estão praticamente estáveis.
A fase má demorou cerca de 5 dias.
Ainda hoje quando o vou amamentar, reviro os olhos com dor, mas depois do 1º minuto passa.
Qualquer dia sei que não terei qualquer dor.
Fiquei contente por ter ultrapassado esta fase.
T

Peso, cremes e remelas

O M. foi pesado na consulta de Neonatologia, com 5 dias de vida e já estava a ganhar peso.
Nos primeiros dias os bebés perdem sempre peso, só podem perder até 10% do peso com que nasceram, se começarem a perder mais, tem que lhes ser dado suplemento de alimentação.
O M. foi alimentado apenas com leite materno, portanto o ganho de peso descansou-nos muito, as coisas estavam a correr bem!
Ontem fomos de novo aos Lusíadas para voltar a ser pesado, os recém-nascidos são pesados semanalmente.
Está com 3.580kg portanto está tudo a correr bem com a amamentação.
Yeah!
Mas nem tudo são rosas, por outro lado tem a pele toda a escamar...
O M. nasceu muito branquinho e a enfermeira disse que os produtos da Mustela, são os que estamos a utilizar , podem causar algumas irritações e que para as peles muito claras ela costuma aconselhar a gama sensitive da Mustela.
Tínhamos cá em casa muitas amostras da Uriage e testámos durante o dia de ontem e estamos a testar hoje também, estamos satisfeitos e se calhar vamos ter que renovar o stock dos produtos de higiene.
Outra coisa mais aborrecida é que o pequeno M. está a lacrimejar, com algumas remelas e muito fanhoso... mas isto passa com uma boa dose de mimos.
Para a semana temos a 1ª consulta com o pediatra e fazemos de novo estas queixinhas todas.
T


25 de novembro de 2012

Behind the smiles_15 Novembro 2012 (Post longo)

Sempre fui uma pessoa muito maricas, o parto era um momento de medo que me fazia sempre pensar que não iria conseguir.
Durante a gravidez nunca pensei no meu momento do parto, sabia tudo sobre o mesmo, as diferentes fases, os procedimentos, o meu papel e o do R. em cada uma das etapas, mas simplesmente até ao final nunca quis imaginar como seria o meu.
Sempre que a minha cabeça começava a magicar como iria ser, tentava mudar o pensamento noutro sentido.
Tinha uma coisa em mente, o meu papel seria trazer o M. ao mundo o melhor que conseguisse, o meu papel era ajudá-lo na sua viagem.
Escrevo este relato para não me esquecer de nada deste dia, quero reter para sempre tudo o que aconteceu, quero lembrar para sempre o dia em que nasceste:

Era para ser um dia normal, tinha consulta agendada para as 11h para fazer ctg e toque.
Estava cheia de medo do toque, mas na minha cabeça o M. só iria nascer no fds.
Coincidência ou não, foi apenas neste dia que pusemos as malas e o ovinho no carro.
Fui até às Amoreiras para fazer tempo e esperar pelo R. que me iria acompanhar como sempre à consulta.
Chegámos ao consultório e fizemos o ctg, aguardámos que Drª chegasse para ver o resultado e fazer o toque.



Fomos chamados, quando entrámos a Drª. estava diferente, parecia stressada, pensei que seria por causa de ter chegado tarde (entretanto já eram 12h30), disse-nos que não tínhamos contrações nenhumas, comecei a brincar a dizer que ele não gostava da máquina, porque eu sentia contrações quando não estava ligada à máquina.
Mandou-me entrar e despir, calçou as luvas e fez o toque.
Não doeu nada, obviamente é desconfortável, mas tem a ver apenas com pressão e não com dor.
Fez ecografia para ver o peso, 3.680gr e eu continuava a sentir a Drª stressada, perguntei-lhe se aquilo tinha sido o toque ao que ela disse que sim... voltou a calçar as luvas e fez outro toque, semelhante ao primeiro, disse que apesar de não ter dilatação estava com o colo permeável.
Pesou-me 64.9Kg.
Vesti-me e quando cheguei à sala, ela disse que não queria esperar mais, que íamos provocar o parto nesse mesmo dia, porque o ctg mostrava que o M. já não estava confortável, os batimentos tinham desacelarado o que poderia indicar que ele já não estava muito bem na barriga e ela não quis arriscar esperar pelo fds.
Disse que ia ligar para os Lusíadas, que me iria dar qualquer coisa para eu tomar e para eu aguardar lá fora.
Lá fora eu já nem sabia bem o que pensar, ficámos nervosos.
Passados uns minutos ela sai do consultório diz-me para tomar meio comprimido com água e para ir directamente para o hospital que eles já estavam à minha espera e ela iria ter comigo a seguir.
Perguntei se poderia comer, ela disse que sim e que seria a última refeição que faria até ter o M.
Assim foi, fomos até casa muito rapidamente (a nossa casa fica muito próximo do hospital), comemos, tomei o comprimido e levámos algumas coisas que ainda não tínhamos colocado no carro de manhã.
Estava nervosa, muito nervosa.
14h
Chegados ao hospital mandaram-me entrar para fazer novo ctg, fiquei ali cerca de 30 minutos.
Enquanto nos arranjavam um quarto, disseram ao R. para ir ter comigo, ficámos mais 40 / 50 minutos no ctg.
A enfermeira disse que no momento não tinham nenhum quarto disponível, que iríamos para uma sala no bloco de partos e que dali já não iríamos sair sem o M. pediu ao R. para aguardar, que as enfermeiras me iriam preparar.
Preparar, significa despir a roupa e vestir a bata, colocar soro e ligar novamente o ctg.
Quando o R. chegou já eu estava com a minha bata verde, deitada na cama ligada ao ctg e com soro na veia.
Perguntei à enfermeira se não havia problema de estar maquilhada, com as unhas pintadas (pedi desculpa, mas disse que tinha sido tudo muito rápido sem ninguém estar a  contar) ela disse que não havia problema nenhum.
Assim estivemos, a ouvir música, na conversa , a ir à casa de banho, a ver o monitor do ctg, sem nenhuma dor, sem nada de nada.

17h
A minha médica chega ao hospital , fiquei super contente de a ver mas estranhei ser tão cedo, pelas minhas contas pensei que o M. fosse nascer por volta das 2h/4h da manhã, até avisámos os nossos pais de que provavelmente iria demorar.
A médica perguntou se tinho dores, não tinha nada de nada.
18h
A médica entra no quarto com uma enfermeira, pede a arrastadeira e colocam-na debaixo de mim e eu pensei mas eu não quero fazer nada, senta-se aos meus pés e a enfermeira fica do meu lado esquerdo e pede para eu lhe dar a mão, ela tirou uma espécie de agulha de crochet e eu fiquei banzada !!!! mas não, mais uma vez não é uma questão de dor, mas sim de pressão.
Rebentaram-me as águas.
O R. assistiu a tudo e ficou a pensar que me tinham magoado, mas não, não doeu foi mais o susto.
A partir daqui sim, fiquei com contrações, a minha mãe foi-me ver e nessa altura a médica entrou calçou as luvas e fez-me outro toque, às tantas uma pessoa já nem sabe a quantas anda se doi se não doi, este também acho que não doeu , mas ajudou-me bastante porque já estava com 2.5cm de dilatação o que permitiu que levasse a epidural.
19h30
Epidural, nada a acrescentar, tudo pacífico levamos uma anestesia antes e depois levamos a epidural que no meio daquilo tudo não é nada,  o difícil é que já estamos com contrações fortes e custa-nos estarmos quietas.
A partir daqui são cerca de 10 minutos até atingirmos o céu, não sei se é por causa de passarmos de uma situação de dor intensa para uma situação sem dor, a verdade é que pensei que estava no céu, até me sentia meio zonza ( apesar da epidural afectar apenas a parte de baixo do corpo) sentia-me tão bem que dizia ao R. que até me apetecia chorar de tão bem que estava!!! 
Sabia que a epidural tem 2h de duração e que se precisasse de reforço devia pedir, mas a minha médica não queria que eu estivesse sobre o efeito da epidural durante a expulsão para conseguir ajudar e fazer força.
Durante todo o processo de trabalho de parto, eu tremia como se não conseguisse controlar o meu corpo.
A partir daqui não sei bem as horas a que as coisas foram decorrendo, a médica foi entrando e vendo a dilatação, lembro-me de estar com 5cm, depois logo a seguir 8cm e depois ela disse para eu começar a fazer força se me apetecesse.
Entrou uma enfermeira a pedir as roupas do M. para as aquecer e eu fiquei a olhar para ela...já?! mas vai ser já?!
A minha médica entra na sala e disse, vamos a isto vamos começar o parto, e parecia um festival dentro da sala, pessoas a entrar e a sair , a cama transforma-se, perneiras , apoios para as mãos protecção para as pernas e aí vamos nós.
Não sei a que horas começou esta parte, comecei a fazer força, ao princípio no sítio errado depois no sítio certo e o M. começou a descer, a médica deixou o R. ver de frente algumas partes.
O R. foi impecável sempre ao lado a ajudar, a incentivar , a apoiar !
Começou a dizer está quase aqui, faça força, já estou a ver a cabeça.
Mas eu já estava a ficar cansada, não estava a conseguir e de repente vejo a médica a abrir um bisturi...
Pedi por favor deixe-me tentar mais uma vez... eu consigo!! palavras de desespero =) aqui já estava um pouco descontrolada!
Ela disse que me dava uma última oportunidade, mas não consegui e então teve que ser através de fórceps.
Lembro-me de chorar e deitar a cabeça para trás, estava cansada , exausta.
E de repente sinto que me estou a partir ao meio, uma pressão enorme e saiu a cabeça, o cordão estava à volta do pescoço, por isso o R. não o cortou.
A enfermeira pergunta se o quero no meu peito e começa a tirar-me a bata.
Saem os ombros e de repente a famosa frase:
21h16m.
Puseram-no em cima de mim e só conseguia chorar e ouvir o R. dizer : Ele é lindo amor! É lindo!
As minhas primeiras palavras foram: eu não acredito, eu não acredito, isto é um milagre!
Depois de tudo isto o normal: os pontos e depois o recobro onde o M. mamou pela primeira vez.
Só queria ir para o quarto, para ir ter com o R. e com os meus pais e irmã, parecia que as horas nunca mais passavam.
Quando saímos para o quarto tínhamos a família à nossa espera, de lágrimas nos olhos!
Nunca esquecerei estes momentos.
Diz-se que nos dias seguintes ao parto, revemos os momentos todos e é mesmo verdade, ainda hoje revejo este dia, este dia maravilhoso.
A primeira noite a três foi maravilhosa, dormi de mão dada com o M. sempre a olhar para ele, parecia-me impossível ele estar ali.

16 Novembro
Durante a manhã fiz o levante, que implica com ajuda da enfermeira, levantarmo-nos e tomarmos um banho.
Parecia-me estar tudo bem e a enfermeira foi-se embora, de repente caí para o lado.
Só me lembro de olhar para as minhas botas e para o chão e pensar, mas onde é que eu estou?! Nem me lembrava que estava no hospital.
Durante este dia tive mais algumas quebras de tensão, mas tudo normal.
Durante este dia recebemos muitas visitas, o M. foi pesado, medido e foi visto pelo neonatologista que lhe fez os exames dos reflexos e tomou o seu primeiro banho.
Recebi duas alianças que o R. me deu, uma com o nome do M. e outra com o meu, para juntar à aliança de casamento.
Recebi também dos meus pais um fio com um brilhante, para representar a nova estrela da minha vida
Ao final do dia a minha médica passou lá e deu-me alta para o dia seguinte.
Yeahhh! Íamos para casa, finalmente!
Estava ansiosa de ir para casa.

17 Novembro
Estar no hospital é : entrarem no quarto mil médicos, enfermeiros e auxiliares a toda a hora!
Começámos com a enfermeira da neonatologia, para saber se estava tudo bem, pesar o M. dar-lhe duas vacinas. (uma delas ele chorou muito e por incrível que pareça também chorei! Pedi desculpa à enfermeira e disse que normalmente não sou assim, mas que devia ter as minhas hormonas todas alteradas!)
Médica obstetra, para ver a mãe ( e as maminhas da mãe!)
Neonatologista para dar a alta ao bebé.
A Maria auxiliar que esteve connosco durante a nossa estadia e que foi a pessoa que me levou para o bloco quando fiz a minha punção =)
À hora do almoço estávamos despachados, íamos finalmente para casa.
Os meus pais foram ajudar-nos e chegámos a casa.

WE ARE FAMILY!




24 de novembro de 2012

1º dia do resto da tua vida

Pensávamos que seria uma dia igual a tantos outros, por coincidência foi o dia em que decidimos colocar as malas no carro.
Percebemos depois que este não seria um dia qualquer e de que a nossa vida nunca mais seria a mesma.

Saímos nervosos de sorriso na cara e no coração, confiantes de que quando regressássemos a casa seríamos melhores e completos.

Não existem palavras, o nervoso que senti foi um misto de emoções que não consigo explicar, um pouco de medo, de ansiedade, de curiosidade, tentei sempre não imaginar este dia e deixar o imprevisto desenrolar esta aventura, louca tentei que o momento fosse imprevisível e natural , tão contrário aquilo que sou, organizada com tudo planeado ao pormenor, para que nada falhe.
Nunca tentei imaginar feições ou parecenças, não esperei contar-te os dedos das mãos ou dos pés, contei dizer-te baixinho, bem-vindo Mateus que sejas muito feliz nesta vida.
A vida lá fora do hospital continuou, mas eu fiquei parada naqueles momentos tão fortes em que te conheci, no momento em que te senti, pele com pele, ainda quente e sujo, lembro-me de te cheirar, de ficarmos assim quietos e de termos percebido logo que este foi o encontro mais extraordinário de todos.
Nessa noite dormimos de mãos dadas, estávamos completos.
Foi um dia de fé, a tua vida começou.
T

22 de novembro de 2012

Primeira semana

O M. fez hoje uma semana, tem sido uma aventura, a melhor de todas.
O tempo não tem  dado para tudo, mas estou a anotar tudo para depois deixar aqui o registo.
T

dia-a-dia

O tempo passa a correr, nos primeiros dias hibernámos e adoptámos as rotinas do M. dormíamos quando ele dormia, acordávamos quando ele acordava.
Depois aos poucos ele foi conseguindo dormir de noite e já estamos mais habituados à nova rotina.
Tudo é novo, as fraldas, o banho, o cordão, o choro, a subida de leite, o próprio bebé é uma pessoa nova a quem nos estamos a habituar.
Costumo dizer que estamos os três a aprender uns com os outros, nestes primeiros tempos.
Mas estamos apaixonados, nunca pensámos que fosse assim, o M. é lindo!!! nunca pensei ter um filho tão lindo!
As minhas hormonas estão malucas e dou por mim a chorar por tudo e por nada, no outro dia estava na cama a mimar o M. e estava a chorar o R. chegou ao pé de mim e perguntou: Estás bem? e eu só consegui dizer estou emocionada!
Adoro olhar para ele e pensar que este ratinho era quem estava dentro da minha barriga, é incrível, passamos horas a namorar os três.
Estamos muito contentes e completamente apaixonados, é sem dúvida a melhor experiência da vida.
Para registo:

19 de Novembro
Primeira saída (sling)
Registo do M.
Subida de leite

20 de Novembro
Consulta Neonatologia (onde pesámos o M. e soubemos que já estava a ganhar peso)
Primeiro banho (pai)
Queda umbigo

21 de Novembro
Primeiro contacto Tomás/M.

23 de Novembro
Visita enfermeira
Consulta Mãe (tirar pontos)
T




13 de novembro de 2012

Coisas várias

Acabei de fazer a entrega do IVA =(, é sempre um grande stress.
Tentei ontem não consegui, hoje de manhã o site estava em manutenção... não se percebe, liguei para o número que deixam no site, mas ninguém nos consegue ajudar.
Enfim, está feito.
Recebi hoje o telefonema da loja da swatch a dizerem que a peça para o meu relógio tinha chegado, nice!! 
Parti o meu relógio há quase um ano, mas custa-me dar 30 Euros pela bracelete e então andava a ver em todas as lojas se existiam peças que tivessem sobrado de outros relógio, até porque eu própria quando comprei o meu tive que retirar peças da bracelete para o ajustar ao meu pulso, mas infelizmente as peças que eu tinha não eram, nenhuma delas, iguais à peça que se partiu e que por azar é a única que é diferente.
No dia 1 de Novembro levei o relógio e pensei tem mesmo que ser, de outra forma nunca mais uso o relógio, cheguei à loja e pedi uma bracelete, mas o R. lá se lembrou de perguntar mais uma vez ( já tínhamos perguntado no Colombo, Amoreiras, Vasco da gama) e tinham-nos dito que ia ser muito difícil encontrar a peça, mas eis que o rapaz simpático diz que não tem mas que vai ligar para a loja do Vasco da gama e não é que tinham a peça!!
Fiquei abismada. Hoje vou buscá-la e arranjar o meu relógio, que saudades!
Amanhã vou rumar de novo ao cabeleireiro para me retocarem já nem sei bem o quê ( ou o M. nasce ou fico sem pele!).
Hoje almocei no Mcdonald's com o R. estava com uma GRANDE vontade de comer um hambúrguer.
A nossa obra já inaugurou!!! Estou ansiosa por ver o resultado ( adoro obras rápidas sem demoras, é a vantagem de ser uma obra muito pequena e num centro comercial!)
E hoje soube que uma obra que estava parada há quase ano e meio (!!!) por causa da Câmara, finalmente vai avançar!
Será?!
A altura não é perfeita...mas é o que temos e temos mesmo que fazer tudo por tudo pela vidinha.
Tudo se encaixa.
T


Deixar...

Custa-me deixar-te sair.
Não sei explicar nos últimos dias só consigo chorar, não me apetecia deixar de te ter aqui dentro!
Também estou ansiosa para te conhecer, mas tenho pena de perder esta proximidade única que fomos vivendo ao longo dos 9 meses.
O R. está muito ansioso e isso deixa-me feliz.
Não consegui arrumar o vestido das riscas que comprei no Verão e que o vesti tanto, deixei-o cá fora pendurado ao lado da roupa de inverno  e quando olho para ele dá-me uma grande nostalgia.
Vou ter tantas saudades de te ter aqui dentro Mateus, das cócegas que fazes à noite quando mudo de posição, de saber quando acordas de manhã, de te ter tão meu.
T

12 de novembro de 2012

Infacol vs Infacalm

Hoje sem falta quero encomendar o Infacol.
Sim já sei que cá em Portugal existe um equivalente que se chama Infacalm, mas depois de ler o post da Restelinha quero mesmo encomendar o verdadeiro.

Dor Ciática

Falei agora com a  médica que me disse para começar a tomar Neurobion, basicamente é vitamina B12 que me poderá ajudar nestas dores.
Se não der resultado terei que apanhar umas injecções.
O neurobion são os comprimidos que o Tomás toma desde que veio para nossa casa, por causa dos músculos das patas traseiras que nós achávamos que não estavam tão desenvolvidos como deveriam e o criador disse para nós lhe darmos o Neurobion.
Fartei-me de rir =) quando a Drª. me receitou o mesmo.
Quero muito manter o espírito positivo e não me deixar ir nesta dor estúpida que me quer estragar a última semana antes do M. chegar.
E eu sou um osso duro de roer.
T

Ansiosos e eufóricos


O 1º CTG _ 36 semanas







Estas são as imagens do 1º CTG de rotina que fizemos às 36 semanas.
Ainda não as tínhamos colocado aqui.
T

11 de novembro de 2012

Arvore de natal

Costumamos sempre fazer antes de toda a gente, mas este ano teve mesmo que ser, para e termos pronta para quando o M. chegar.
Desde sexta-feira que ando com uma dor insuportável nas costas e na perna direita, acho que se chama ciatica, deve ser por andar sempre a dizer que estou óptima... Quase que não consigo andar!
T

9 de novembro de 2012

O rei na barriga

Coisas da minha gravidez
_ Não enjoei (ou melhor muito pouco duas ou 3 vezes e essencialmente quando lavava os dentes)
_ As maminhas não me doeram, como me diziam
_ Não enjoei cheiros
_ Não enjoei comida
_ Não tive desejos
_ Tive muito sono no inicio e pouca vontade de fazer o que quer que fosse
_ Engordei o peso considerado normal ( no início engordei mais e depois as coisas foram normalizando)
_ Chorei muito ( houve uma altura em que tinha as hormonas completamanete malucas)
_ Sangrei imenso do nariz ( imenso, imenso, tipo filme de terror , a última vez foi há duas noites em que acordei com o nariz em sangue)
_ Não me custou muito fazer o famoso teste da glicose, não é maravilhoso, mas também não o achei o horror como me disseram
_ Não sou imune à toxoplasmose
_ Não tive diabetes
_ Durmo bem até hoje, acho que até durmo melhor =), durante algumas noites tive insónias mas agora para o finalinho nada de nada
_ Não tive estrias, usei creme no início religiosamente, no meio assim-assim e agora para o final com mais regularidade, usei o trofolastin e penso usar o mesmo para a recuperação
_ Senti o M. mexer muito cedo, mas só se confirmou cerca das 19 semanas
_ Comprámos a primeira prenda quando fizemos a ecografia das 6 semanas
_ Não tive borbulhas, aliás fiquei com a pele maravilhosa muito suave e lisa
_ Tive azia, mas só durante uma semana, depois passou e nunca mais tive
_ O meu umbigo ficou igual, não saiu para fora
_ Ainda nao tenho a linha negra até ao umbigo, nao sei se ainda vai aparecer
_ Sempre me senti bem com o meu corpo, adorei ver a barriga crescer e sinto-me super poderosa, como se fosse uma super heroína, muito vaidosona com a minha barriga
_ Consigo fazer tudo o que fazia antes de estar grávida, às vezes peço ajuda para tirar as botas ou apertar alguns sapatos, mas também consigo fazer sozinha
_ Detesto andar de carro sem estar a conduzir, faz-me muita impressão parece que a barriga anda solta e mal entro no carro fico com contrações
_ Ainda não penso muito no parto, aliás penso um bocadinho, mas prefiro não pensar para me manter calma
_ Sonhei poucas vezes com M. e não me consigo lembrar da imagem dele.
_ Tive o síndrome do ninho, houve uma altura em que me cansei a mim própria, agora já estou numa fase mais descontraída
_ Adorei dar notícia aos familiares e amigos foi uma sensação maravilhosa
_ As vezes tudo ainda parece um sonho, ainda nao me consigo mentalizar que vou ser mãe, ainda estou agarrada à fase da gravidez
T

39 semanas


Hoje fazemos 39 semanas.
Estamos quase, quase na red line.
Durante a noite o M. mexe-se tanto que acho que também ele já está a querer sair, mas depois não há avanços.
Já não sei se teremos um parto espontâneo ou provocado, espero apenas que seja um bom parto =)
Sei que esta semana será a última que estaremos só os dois, o último fds, queremos ir comemorar, jantar fora e sair um bocadinho ( dançar não, a nossa médica pediu-nos alguma contenção durante o fds , porque ela no Domingo é oradora num congresso!).
T

Mais uma voltinha

A vida não deixa de nos surpreender, pela positiva.
Que tudo nos corra bem.
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6 de novembro de 2012

Consulta _ Afinal não era preciso ter medo!

Porque não houve toque nenhum!
Porque a minha médica é uma das oradoras de um congresso que vai acontecer este Domingo.
Depois viu o CTG  e nada de contrações, mas eu ando cheia delas, só que deitadinha e naquela meia hora não acontece nada.
Depois observou-me e disse que o colo apesar de estar a ficar mole está FECHADO!
No meio disto tudo o M. está a estabilizar o peso (thank God) , pesa 3.300kg engordou só 150 gr. e está óptimo ainda com muito líquido e ainda muito subido.
Mandou-me andar com excepção do fds, não vá eu ter azar e ela estar a falar no congresso.
Marcámos o toque e novo ctg para dia 15 de Novembro e alertou-me que não vai deixar passar do fds de 17/18 Novembro.
E estamos assim, o R. saiu da consulta triste, estava à espera que fosse esta semana, mas o rapaz está bem acomodado!
Eu também nunca pensei que ainda tivesse o colo fechado, mas é mesmo assim, vou andar mais e namorar ainda mais =)
E ainda tenho mais uma semana pela frente, se até dia 15 não acontecer nada vamos provocar o parto no fds para que o nosso M. não engorde mais.
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5 de novembro de 2012

Acabaram as festas de Outubro

Acabámos em grande , estivemos com as pessoas que nos são queridas e que nos envolvem em tanto amor que nos dão.
É bom sentirmos o quanto somos queridos pela família e o quanto as pessoas nos apoiam.
Gostámos muito.
Tivemos muitas prendinhas lindas para o M. e sente-se no ar uma alegria muito grande pela fase que está a chegar.
O R. dizia e com razão que gosta de ver a nossa casa cheia de crianças por todo o lado, que a casa fica cheia de vida e é mesmo verdade, a nossa família cresceu bastante, todas as minhas primas que tiveram filhos têm dois e apesar de sermos uma geração de meninas os primeiros filhos vieram todos rapazes!!
Os meus pais não cabem neles de contentes, assim como os meus sogros.
Cheira a festa no ar =)
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Consulta de amanhã_ MEDO!

Amanhã tenho consulta.
Acho que será o dia em que a minha médica me fará um toque mais maldoso, não sei porquê mas acho que vai ser...
Ai, ai, ai, estou um bocadinho nervosa, tenho andado imenso e sinto realmente a barriga a pesar, espero que o meu colo do útero ande a colaborar e espero que o ctg detecte alguma contração, já tenho algumas durante o dia mas quando estou deitada não ...
Amanhã colocamos as malas na bagageira, para estarmos preparados para tudo.
Hoje fui à Segurança Social ( com uma senha prioritária demorei 3h a ser atendida) para tirar todas as dúvidas sobre as licenças de maternidade e paternidade.
Vamos ter uma licença partilhada ( 150 + 30 ), o R. vai tirar 20 dias no início e os 30 dias no final
Amanhã terei mais novidades depois da consulta.
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Imagens das férias










2 de novembro de 2012

Dos últimos dias

Ontem tive imensas contrações, cheguei a pensar que seria ontem o nosso grande dia mas não.
Hoje voltei a ter algumas mas menos.
Ontem voltei a ver e a rever a mala da maternidade e dei ao R. uma lista de coisas que ele tem de levar mas que não posso colocar já na mala ( porque as usamos no dia-a-dia).
Amanhã volto à minha cabeleireira para também ela me dar os últimos retoques!
Na 3ªfeira tenho consulta e julgo que a próxima semana nos poderá trazer novidades.
Já todos sonhamos com o M. a ansiedade começa agora a fazer-se sentir, apesar de continuar a sentir-me muito bem, de fazer tudo o que fazia antes, de dormir bem e de estar muito bem disposta.
Ainda hoje estive com uma grávida de 34 semanas que pensava que eu estava de menos tempo que ela, quando soube que fazia hoje as 38 semanas não queria acreditar =)
Ontem dei por mim a pensar que a partir de agora qualquer dia pode ser o dia, parece que é difícil uma pessoa pensar assim, parece que estamos sempre à espera de uma data que há-de vir e não que pode ser qualquer dia, qualquer dia pode parecer normal , pode parecer mais um e pode ser mesmo esse.
É estranho e difícil assimilar este conceito.
Amanhã recebemos a família cá em casa, temos casa cheia e encerramos o período das festas de Outubro.
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38 semanas



Nasceste em nós há muito tempo, sonhámos-te tantas e tantas vezes, mas a tua chegada revelou-se um pouco mais demorada.
Hoje completas em nós 38 semanas e neste momento já tens ordem para conhecer o nosso mundo.
Apesar de ainda estares dentro de mim,  a tua grande viagem está prestes a começar.
Dentro de pouco tempo a nossa vida vai fazer parte da tua, embora tu já sejas uma grande parte da nossa.
Preparámos a nossa casa e organizámos o nosso coração para te receber.
Não tenhas receio ou pressa, o teu tempo é agora o relógio dos nossos dias, os nossos segundos alinharam-se há muito com o bater do teu coração, os nossos meses são contados em semanas, regem-se pelo teu crescimento e são medidos em gramas de amor, que transporto dentro de mim.
A nossa vida adaptou-se à medida do teu crescimento, passou a ser vista a preto e branco, através de um monitor que nos diz onde e como estás.
Desde que moras em nós a vida mudou, passámos estes 9 meses em festa, a flutuar tal era a felicidade que sentimos, vivemos num mundo paralelo a este onde nada nos conseguia tirar a alegria de te ter tão próximo e tão nosso.
Nós somos o teu início, seremos aqueles que estarão à tua espera, que irão olhar para ti nos olhos, sabendo dentro dos nossos corações, que este encontro estava marcado há muito tempo.
Que faças uma boa viagem até nós.
Esperamos-te, Mateus e o teu mundo começará em mim.
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